sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Roberto Dinamite quer papo a sós com Morais

Por mais estranho que possa parecer para um torcedor mais desavisado, o dia seguinte a goleada de 6 a 1 imposta sobre o Atlético-MG e que tirou o time da zona de rebaixamento do Brasileirão foi digno de crise no Vasco. Após o bate-boca de alguns jogadores através da imprensa, iniciado com a acusação de Edmundo de que Jean e Leandro Bomfim fizeram corpo mole contra o Galo, o presidente Roberto Dinamite esteve no Vasco Barra, nesta sexta-feira, e se reuniu com o elenco para colocar panos quentes na confusão.

Com a experiência de quem viveu as mais diversas situações nos tempos de jogador, o dirigente disse que procurou ensinar o 'bê-á-bá do dia-a-dia' ao elenco e deixou claro que quer ver a roupa suja vascaína sendo lavada em casa. Dinamite também se colocou aberto para um diálogo particular com o meia Morais.

Ausência de Morais

- O Morais não jogou em razão de quê? Você sabe? Eu também não. Se fala que foi em razão de atitude dos torcedores, mas eu não sei. Até hoje ele não falou comigo. O presidente do Vasco está aberto a ouví-lo a hora que ele quiser, ou quase na hora que ele quiser. Nós queremos isso, um diálogo aberto com o jogador.

Mauro Galvão fala sobre a situação de Morais

O meia Morais foi abordado por alguns torcedores, se sentiu ameaçado e resolveu não entrar em campo contra o Atlético-MG. No lugar dele, como você agiria nessa situação?

Eu não acompanhei o caso de perto. Eu soube que o Morais não jogaria e agora você está me dizendo que foi por causa de torcida. Bem, é complicado. O Morais é um bom jogador e, talvez, esses torcedores tenham cometido uma injustiça. Ele entendeu que precisava de proteção e resolveu não jogar. Ele não é um bandido. Além disso, ele não é o primeiro jogador a errar com o Vasco. Vários jogadores erraram no Vasco.

Amigo de Renato Gaúcho, Morais pode ir para o Fluminense

O apoiador Morais, que hoje conversou com o segundo vice-presidente do Vasco, José Hamilton Mandarino, pode ir parar nas Laranjeiras de forma definitiva segundo informações do repórter Rodrigo Campos da Rádio Manchete no Manchete Esportiva 2ª Edição.

Ainda de acordo com o repórter, são informações extra-oficiais o interesse do Fluminense, já que Morais tem grande afinidade com Renato Gaúcho, técnico do tricolor.

Vale ressaltar que Morais já jogou mais de 6 partidas pelo Vasco e não pode se transferir mais este ano para outro clube do Brasileiro.

A possibilidade pode ser para Morais ser transferido em 2009, mas a negociação já ser realizada ainda este ano.

Jorge Luiz apóia decisão de Morais em abandonar concentração

O zagueiro do Vasco Jorge luiz apoiou a atitude do apoiador Morais. O jogador respeitou a posição do companheiro, pois, para ele, cada pessoa tem o seu limite. Jorge Luiz afirmou que não foi ameaçado e não saberia como lhe dar com a situação.

- Todo mundo sabe onde o calo aperta, né? O Morais se sentiu ameaçdo e tomou a decisão que lhe foi cabida - afirma

Jorge Luiz comentou a situação dos atletas que supostamente teriam feito corpo mole para não entrar em campo. Para ele, as declarações de Edmundo não parecem verídica, já que Jean e Lendro Bonfim vinham sentindo dores. O zagueiro explicou que quando o atleta não está 100% tem que ficar de fora para não atrapalhar o time.

- Cada um sabe o que está sentindo. Não estou aqui para julgar ninguem. Jean e Bonfim estavam sentindo dores há bastante tempo. O jogador que vai a campo machucada, acaba atrapalhando - afirma

O atleta também comentou o desempenho do Vasco na goleado em cima do Atlético-MG. Na opinião dele, uma vitória dessas da muita tranqüilidade à equipe e é bom para a seqüência do Brasileirão.

- Uma vitória de 6 a 1 dá moral e vai nos ajudar muito no próximo jogo contra o São Paulo - garante

Morais continua no Vasco, mas teria propostas de árabes e da Argentina

Finalizada a reunião entre entre o vice-presidente de futebol do Vasco, Manoel Fontes, o Neca, José Hamilton Mandarino, 2º vice-presidente do clube, o apoiador Morais e seu procurador Fabiano Farah, Mandarino comenta sobre o desfecho da reunião dando a entender que Morais continua no Vasco:

"O Morais é um jogador que é um patrimônio do clube. O que nós conversamos e estamos encaminhando, é a melhor maneira de encarar uma atitude, vamos chamar assim, acertada. Pelo contrário, foi uma atitude muito emocional. Ele atingido naturalmente pelas ofensas que sofreu, pelas ameaças que sofreu, tomou uma atitude que ao invés de melhorar a situação, tenderia a piorá-la. E nõs conversamos exatamente em cima disso, ou seja, o clube se interessa pelo Morais, sempre se interessou, é um jogador que praticamente sempre teve sua vida esportiva dedicada ao Vasco, ele desde os 12 anos de idade se encontra no clube, então o que nós fizemos foi conversar um pouco, ouvir de parte a parte as razões de cada qual e o prõprio Morais hoje convencido de que essa não foi uma atitude sensata, pelo contrário, e isso só expôs uma atitude que só trouxe danos para ele e danos para o clube. Então nõs estamos pensando em quais as linhas de atitude, de modo a esvaziar esse assunto e tocarmos a vida em frente. Porque nós estamos em um momento que precisamos de sobretudo, se união. Reunindo forças, reunindo o trabalho de cada qual, para superar as dificuldades no clube, enfim, para fazer o Vasco mais forte."

Sobre as alegações de Morais de que não teria segurança suficiente para se trabalhar em São Januário e a possível reapresentação do jogador ao técnico Antônio Lopes:

"Olha, veja bem: quanto à segurança o que aconteceu, foi um episódio isolado. Nós estamos vivendo hoje em São Januário, uma situação, em que a todas as pessoas são dadas franquias para transitar livremente pelo clube, aqueles que tomaram essa atitude com relação ao Morais, eram pessoas inclusive que freqüentam o clube, ou seja, foi um momento naturalmente, vocês sabem que todo esse processo dentro do futebol é apaixonado, essas pessoas agiram de uma maneira mais bruta, de uma maneira agressiva, nós já tomamos todas as precauções para que determinadas áreas do clube, sobretudo a área de trânsito dos jogadores, estejam mais protegidas, para evitar qualquer reedição desses fatos. Então o Morais pode se sentir totalmente tranqüilo com relação a isso. Com relação ao Lopes, o Morais ficou também de procurá-lo, enfim, de modo certamente o presidente também vai conversar com o Lopes ainda hoje, de modo que essas coisas voltem à sua normalidade e que não deixem aí ressentimentos e nenhum tipo de problema de parte a parte."

Sobre a possibilidade de Morais, com uma multa rescisória de 9 milhões de euros (24 milhões de reais), ser usado em uma possível moeda de troca, ou emprestado:

"Deixa eu dizer o meu pensamento. Naturalmente, não é o pensamento que eu já tenha trocado ideias com o presidente Roberto Dinamite, ou com o diretor de futebol, mas a questão é a seguinte: nas relações de trabalho, tem que haver interesse de ambas as partes. Tanto na manutenção de alguém no trabalho, como na saída. Que é sempre bom a gente preservar a possibilidade que as saídas vem pela porta da frente. O Morais é um jogador valorizado por nós, sobretudo por todo este passado dele, por todo este histórico dele. Amanhã havendo algum tipo de oferta, se for do interesse das partes, é lógico que nós vamos considerar. Em termos daquilo que o Vasco necessita ter hoje para recompor a sua situação econômico-financeira, como também em termos de um jogador que tem um longo histórico de relacionamento com o clube. Então vai depender muito do tipo de proposta que eventualmente surja, e da posição de parte a parte."

Ainda segundo as informações da Rádio Brasil, o vice-presidente de futebol Manoel Fontes, possui várias propostas pelo jogador vindas de clubes da Arábia, e ontem chegou ao conhecimento uma proposta de um clube da Argentina pelo jogador.

Morais tem histórico de 'fugas' do Vasco


Assustado com os protestos da torcida na última quarta-feira, quando ele foi um dos principais alvos, Morais pediu para ser liberado da concentração do Vasco antes do jogo com Atlético Mineiro, na quinta. Mas esta não é a primeira vez que Morais escapa do clube.

Saída traumática

Em 2003, o apoiador teve uma boa temporada de estréia pelos profissionais do Vasco. No ano seguinte, a conturbada negociação para a renovação do contrato tornou o clima tenso entre diretoria e jogador. Morais, ao fim do compromisso com o clube, deixou de comparecer aos treinos. No fim, após uma briga que chegou aos tribunais, Morais se transferiu para o Atlético Paranaense.

Desconto no salário

Em 2005, Morais voltou para o Vasco. Na sua primeira semana, o apoiador abandonou o hotel e viajou para Maceió sem comunicar a diretoria. O jogador foi tratar uma virose com um médico da família. Na reapresentação, 11 dias depois, Morais teve um desconto de quatro dias em seu salário.

Neca: 'Acredito que Morais não tenha mais clima aqui'



A conturbada história de Morais no Vasco pode estar próxima do fim. Ontem, após ser o alvo de inúmeros protestos, o jogador negou-se a participar da partida contra o Atlético-MG. Além de alegar que se sentia inseguro por atuar perante os torcedores que o ameaçaram, o mal-estar entre ele e a comissão técnica também foi fundamental na sua decisão. Com toda a confusão, a diretoria estaria disposta a negociá-lo nos próximos dias.

À noite, o vice-presidente de futebol do clube, Manuel Fontes, deu a entender que o apoiador seria negociado. "Vamos conversar, mas acredito que Morais não tenha mais clima aqui", afirmou. Até o fechamento desta edição, o destino de Morais continuava indefinido.

Mais ausências

Além do jogador que ostenta a camisa comemorativa do centenário (número 98), outro que sentiu-se ameaçado foi Leandro Bomfim. Na tarde de ontem, o site do Jornal dos Sports antecipou que o meio-campista não entraria em campo contra o Atlético-MG. O departamento médico alegou problemas musculares para sua ausência, mas fontes ligadas à comissão técnica garantem que ele Bomfim pediu para não jogar. Edmundo deixou nas entrelinhas o entendimento da ausência do meio-campista.

O zagueiro Luizão também não jogou, mas especula-se que a razão de sua ausência foi o atraso de salários.

A principal razão pela qual Leandro Bomfim, Luizão e Morais se negaram a jogar ontem foram os protestos da torcida. Durante o treino de quarta-feira, um grupo de torcedores teve acesso ao treino em São Januário e ameaçou alguns jogadores. Na madrugada de ontem, membros de uma torcida organizada invadiram a concentração do clube e mantiveram as ameaças, especialmente contra Morais.

Morais tem salário suspenso até se reapresentar em São Januário


O meia Morais deixou a concentração do Vasco na última quarta-feira após se sentir ameaçado pela torcida cruzmaltina, que protestou contra o time e o tomou como um de seus principais alvos. O clube, no entanto, não concordou com a atitude do meia.

De acordo com a Rádio CBN, o vice-presidente de futebol cruzmaltino, Manuel Fontes, informou o pagamento do salário do atleta está suspenso até ele se reapresentar.

A folha de pagamento de junho, que venceu no último dia 20, ainda não foi paga. O presidente do Vasco, Roberto Dinamite, disse ao LANCENET! que a quitação da folha será feita nesta sexta-feira.

Ainda de acordo com a emissora de rádio, o principal motivo para a atitude do jogador foram ligações feitas para a sua residência.

O atacante Edmundo, que tentou demovê-lo da idéia de deixar a concentração, e o lateral-direito Wagner Diniz, que é alagoano como Morais, tentaram contactar o jogador por telefone nesta quinta, mas não conseguiram.

A diretoria do Vasco também não conseguiu falar com o jogador.

Lopes critica comportamento da torcida e sai em defesa de Morais


O técnico Antînio Lopes não gostou nada da pressão feita pela torcida do Vasco em cima de alguns jogadores. Nesta quinta-feira, após a goleada do time sobre o Atlético-MG por 6 a 1, em São Januário, o comandante cruzmaltino saiu em defesa de Morais, que, segundo ele, não quer mais continuar defendendo o clube.

- Me sinto decepcionado com a torcida. Eles não poderiam ter se comportado dessa maneira, principalmente por ser próximo ao vestiário, quando pressionaram alguns meninos. Não é certo ameaçar um garoto (Morais). Só posso criticar essa atitude.

Lopes acha que dificilmente Morais voltará a vestir a camisa do Vasco.

- A gente pode perder um garoto que é bom para o clube. Ele está amedrontado, não quer mais jogar pelo Vasco. Ele não vem de classe social mais baixa e por isso sente mais. Geralmente os garotos mais pobres conseguem passar por cima disso com mais facilidade. Alguns jogadores tentaram demovê-lo, mas está irredutível.