No Brasil, o sonho de se tornar um jogador de futebol está presente na vida da maioria das crianças. Jogar em clubes de massa como Vasco e Flamengo, mais ainda. Morais e Jônatas conseguiram concretizar esse desejo. Porém, suas passagens pelos dois clubes com as maiores torcidas do Rio de Janeiro foram feitas de altos e baixos. Convocados na primeira lista do técnico Dunga para a Seleção Brasileira, em 2006, e apontados como grandes promessas na última década, eles acabaram causando um certo desapontamento nos que esperavam algo mais. Hoje, se encontram longe do clássico deste domingo, às 18h30m, no Maracanã, e também da mente do atual técnico da seleção, Mano Menezes.
Morais foi criado nas categorias de base do Vasco e tido como uma das grandes promessas do clube na década passada. Em 2001, o então técnico do time Hélio dos Anjos ficou encantado com o jovem e o promoveu para a equipe profissional declarando que surgia um novo craque no futebol. Habilidoso e ágil, Morais dividia as competições do time de juniores com os treinos na equipe principal.
O meia começou a ganhar destaque depois da partida contra o Atlético-MG em 1ª de junho de 2003, pelo Campeonato Brasileiro, quando teve uma boa atuação e acabou sofrendo um pênalti que resultou no empate vascaíno (2 a 2). No ano seguinte, recebeu uma proposta do Atlético-PR e se transferiu para a equipe de Curitiba. Foi campeão paranaense em 2005, mas retornou ao Vasco no segundo semestre do mesmo ano, quando começou a sentir a pressão de perto.
Já titular da equipe, Morais tinha uma identificação grande com o clube e sabia da necessidade de ganhar um título para confirmar de vez sua condição de ídolo da torcida, que estava carente de uma conquista importante. Ele reconhece que a final da Copa do Brasil, contra o Flamengo, em 2006, foi a maior chance que teve com a camisa cruzmaltina.
- Voltei muito bem ao Vasco e as coisas aconteceram muito rápido. O clube vinha de seis anos sem conquistar um título nacional, e a cobrança era grande no grupo. Uma coisa que me prejudicou muito foi a derrotou na Copa do Brasil justamente para o Flamengo. Depois disso, fiquei mais um tempo no Vasco, mas chegou uma hora que ficou insuportável e a melhor coisa que tinha que fazer era sair. Se eu fico mais, poderia prejudicar a minha carreira. Não guardo mágoas de ninguém e voltaria com o maior prazer. Participar de um clássico contra o Flamengo é maravilhoso, só quem viveu sabe. Chegar ao Maracanã e ver a torcida nas ruas é algo inesquecível. Todos sabem que sou vascaíno – lembrou.
Junto com Jônatas, Morais foi chamado pela primeira vez para a Seleção Brasileira em agosto de 2006, para o amistoso contra a Noruega, mas os dois acabaram ficando no banco. Em 2007, foi pré-convocado para disputar a Copa América, na Venezuela, mas por uma lesão acabou ficando fora.
Em 2008, o jogador teve alguns problemas dentro de São Januário. Após uma manifestação de torcedores, que entraram na concentração, ele, alegando problemas psicológicos, pediu para não jogar. Isso não agradou à diretoria, que acabou aceitando a proposta do Corinthians pelo meia. Hoje, com 26 anos, Morais defende o Bahia na Série B do Campeonato Brasileiro.