terça-feira, 10 de junho de 2008

MORAIS DIZ QUE PENSA EM 'RESPIRAR NOVOS ARES'

O que parecia ser mais um dia calmo de treinos no Vasco Barra se transformou em uma tarde de desabafo do meia Morais. Sem render o mesmo do início da temporada, quando chegou a ser um dos artilheiros do time em 2008, o jogador deixou a sede na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, reclamando do esquema adotado pelo técnico Antônio Lopes. Para o atleta, a equipe precisa atacar mais em vez de se preocupar apenas em se defender, principalmente nos jogos fora de casa.

Na véspera, Leandro Amaral já havia reclamado das poucas chances criadas pelo time da Colina no jogo contra o Cruzeiro. Agora, de forma mais áspera, Morais chutou e balde e ainda admitiu procurar novos ares.

GLOBOESPORTE.COM: O Lopes afirmou que você não está vivendo uma boa fase. Você concorda com essa afirmação?
MORAIS:
Não concordo com o Lopes. Não que eu esteja em uma boa fase, mas
a eliminação na Copa do Brasil e a derrota para o líder do Brasileirão não é estar em uma má fase. Não estava mal no jogo contra o Cruzeiro, até porque eu tenho que arrastar a bola até o ataque, correr e chutar.


Por que você acha que não está rendendo?
Creio que estou jogando muito atrás, estou ajudando na marcação.

Mas é uma opção sua, por querer ajudar, ou do técnico Antônio Lopes?
É uma opção do esquema. O ideal seria eu jogar mais para frente. Se eu marcar muito, quando eu pego a bola, a perna já está pesada, e eu não consigo criar. Aí, a culpa das derrotas é do Morais. Só não posso carregar essa cruz. O time ganha, ganha todo mundo, isso é o certo. Mas quando perde é o Morais.

Você acha que está na hora de sair?
A gente até pensa em respirar novos ares. Já vi outros jogadores passando por coisa piores, e eles conseguiram se recuperar. Às vezes, você começa a perceber coisas, pessoas que não confiam no seu trabalho. Tem que pensar um pouco para saber o que fazer. Estou aqui há dez anos, tem que ter paciência.

E esse jogo fora contra o Naútico? Como o Vasco precisa jogar?
Não pode entrar só para se defender. Tem que atacar mais. No jogo contra o Cruzeiro, a gente marcou, marcou, marcou e quase não atacou. Os times em São Januário partem para dentro, não ficam só se defendendo. Esse é um esquema que me prejudica um pouco.