sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Baixinho Nenel, ou melhor, Morais, queria ser goleiro no começo da carreira

Meia do Timão, de apenas 1,70m, quebrou nove dedos em suas tentativas de defender as traves em Maceió

A altura (1,70m) comprova que a primeira posição escolhida por Morais para tentar a carreira de jogador não poderia dar certo. Se agora chega ao Corinthians como a grande aposta do técnico Mano Menezes para aumentar a qualidade do meio-de-campo, no passado, acredite, ele tentou ser goleiro com outro nome. Os atacantes lamentam. Os torcedores de seus times agradecem.

- Nós brincávamos no campinho próximo da nossa casa e ele jogava no gol. Agarrava muito bem, mas não tinha tamanho. Como também não cresceu com o passar dos anos, teve que desistir (risos) – lembra o irmão Eduardo, quatro anos mais velho.

Sempre participando das brincadeiras dos garotos maiores, Morais sofreu na tentativa de bancar o Taffarel. A cada bomba de um adversário ou alguma saída do gol meio atabalhoada, lá ia dona Maria Aparecida e o “seo” Manoel levar o até então camisa 1 para o hospital.

- Ele quebrava os dedos sempre, acho que foram nove no total. Era só chegar em casa com dores que a gente já sabia o que tinha acontecido (risos) - conta.

Por causa da baixa estatura e das dores de cabeça para os pais, Morais passou a se arriscar na linha. E deu certo. Depois de arrebentar com os marmanjos no bairro de Jatiúca, em Maceió, passou a treinar no CRB até que fosse descoberto, com 13 anos, por olheiros do Vasco.

Mas Morais não surpreendeu a família apenas pelo talento. Quando começou a ganhar oportunidades na equipe profissional do time carioca, muita gente não se lembrou de que ele era o mesmo jogador das peladas em Alagoas. O motivo? O nome.

- Aqui, ele é Nenel (talvez, uma derivação do nome oficial: Manoel) para todo mundo até hoje. Não sei explicar o motivo do apelido. A gente via o povo falando Morais e achava estranho. As pessoas da cidade também não reconheciam. Mas, agora, o povo já está acostumado - completa Eduardo.